quinta-feira, 12 de julho de 2007

(06/11) A ESTÉTICA TEATRAL NO CINEMA DE GLAUBER ROCHA: DIÁLOGOS COM ARTAUD E BRECHT




SINOPSE PALESTRA

A presente comunicação visa a uma abordagem crítica da linguagem cinematográfica de Glauber Rocha, enfocando principalmente suas relações com a estética teatral. Para tanto, desenvolveremos uma análise sobre três filmes de sua cinematografia: Barravento (1961), Deus e o Diabo na Terra do Sol (1963) e Terra em Transe (1967). As referências teatrais abordadas são Bertolt Brecht e Antonin Artaud.

PALESTRANTE


Adeilton Lima é mestre em teoria literária pela UnB. Trabalha profissionalmente como ator e professor de literatura e teatro.



SINOPSE


Numa aldeia de pescadores de xaréu, cujos antepassados vieram da África como escravos, permanecem antigos cultos místicos ligados ao candomblé. A chegada de Firmino, antigo morador que se mudou para Salvador fugindo da pobreza, altera o panorama pacato do local, polarizando tensões. Firmino tem uma atração por Cota, mas não consegue esquecer Naína que, por sua vez, gosta de Aruã. Firmino encomenda um despacho contra Aruã, que não é atingido, ao contrário da aldeia que vê a rede arrebentada, impedindo o trabalho da pesca. Firmino incita os pescadores à revolta contra o dono da rede, chegando a destruí-la. Policiais chegam à aldeia para controlar o equipamento. Na sua luta contra a exploração, Firmino se indispõe contra o Mestre, intermediário dos pescadores e do dono da rede. Um pescador convence Aruã de pescar sem a rede, já que a sua castidade o faria um protegido de Iemanjá. Os pescadores são bem sucedido na empreitada, destacando-se a liderança de Aruã. Naína revela para uma preta velha o seu amor impossível por Aruã. Diante da sua derrota contra o misticismo, Firmino convence Cota a tirar a virgindade de Aruã, quebrando assim o encantamento religioso de que ele estaria investido por Iemanjá. Aruã sucumbe à tentação. Uma tempestade anuncia o "barravento", o momento de violência. Os pescadores saem para o mar, com a morte de dois deles, Vicente e Chico. Firmino denuncia a perda de castidade de Aruã. O Mestre o renega. Os mortos são velados, e Naína aceita fazer o santo, para que possa casar com Aruã. Ele promete casamento, mas antes decide partir para a cidade de forma a trabalhar e conseguir dinheiro para a compra de uma rede nova. No mesmo lugar em que Firmino chegou à aldeia, Aruã parte em direção à cidade.


"Alguns elementos do filme fazem parte de minhas preocupações: o fatalismo mítico, a agitação política e as relações entre a poesia e o lirismo, uma relação complexa num mundo bárbaro. Um ensaio cinematográfico, uma experiência de iniciante." Glauber Rocha



FICHA TÉCNICA

Ficção, longa-metragem, 35mm, preto e branco, Salvador, 2.195 metros, 80 minutos. Bahia, 1961. Companhia produtora: Iglu Filmes; Distribuição: Horus Filmes; Produtores: Rex Schindler, Braga Neto; Produtor associado: David Singe; Diretor de produção: José Telles de Magalhães; Produtor executivo: Roberto Pires; Diretor: Glauber Rocha; Assistentes de direção: Álvaro Guimarães, Waldemar Lima; Argumentista: Glauber Rocha; Idéia Original: Luiz Paulino dos Santos;Roteiristas:Glauber Rocha, José Telles de Magalhães; Diálogos: Glauber Rocha, Luiz Paulino dos Santos;Diretor de fotografia:Tony Rabatony; Editor: Nelson Pereira dos Santos; Letreiros: Calasans Neto; Música: Washington Bruno (Canjiquinha): samba de roda e capoeira; Batatinha: samba; Locações: Praia do Buraquinho, Itapoã Flamengo (Salvador,BA); Prêmios: Opera Prima- XIII Festival Internacional de Cinema de Karlovy Vary, Tchecoslovaquia, 1962.Elenco: Antônio Sampaio (Pitanga) - Firmino; Luiza Maranhão - Cota, Lucy Carvalho - Naína, Aldo Teixeira - Aruã, Lídio Cirillo dos Santos (Lídio Silva) - Mestre; Rosalvo Plínio, Alair Liguori, Antonio Carlos dos Santos, D. Zezé, Flora Vasconcelos, Jota Luna, Hélio Moreno Lima, Francisco dos Santos Brito; participação especial em candomblés: D. Hilda; samba de roda e capoeira: D. Zezé, Adinora, Arnon,Sabá;orient.de candomblés: Hélio de Oliveira.


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